Sunday 29 November 2009

Expiação eterna


Estava aqui a pensar na quantidade de museus, estátuas, memoriais a Alemanha tem à conta do seu passado nazi.
Não consigo perceber o interesse de se visitar campos de concentração. Tenho ideias de nunca visitar um. Sabiam que são de entrada livre? Os alemães não acham moralmente aceitável cobrar entradas e fazer dinheiro à conta do passado tenebroso. Vai-se visitar o quê exactamente? Tirar fotos em frente a um 'Arbeit macht Frei'? Às salas de gás? Para quê? Não é um turismo demasiado mórbido? Não se tornou tudo isto chocantemente banal? Ir à Alemanha ver onde se queimavam os judeus tornou-se tão comum como comer uma salsicha e beber uma caneca de cerveja.
Acho importante não esquecer o passado, mas não sei qual será a melhor forma de lidar com tudo o que se passou. Esta já chateia. Hoje em dia há uma lista enorme de holocaustos que ocorreram e que ocorrem e não vejo ninguém dizer nada. Parece que só a Alemanha é que matou.
Atenção: não invalida o que fizeram, mas só vejo a Alemanha falar do assunto, a exibi-lo como a vergonha nacional. Porque é que não falam dos Estados Unidos? Ou da Coreia, ou da China, ou dos árabes? E porque é que a Rússia não diz nada? É por não estar na Europa? É por não haver democracia? É por não terem moral? Não querendo comparar, Estaline foi um estupor muito pior. Falo de números sim. Não estou a amontoar corpos e pesá-los numa balança, porque assim, voltamos a cair na banalidade. Cada vida é uma vida. Mas a Rússia matou muito mais, torturou muito mais.
E a Suíça? O lindo país oportunista que à conta de ser território neutro ganhou milhões e milhões com a desgraça (ou melhor, com as contas bancárias) dos judeus e dos alemães?
Núm€ros também que a Alemanha dá e continua a dar tornando-se na vaca leiteira da União Europeia para que ninguém nunca lhe diga nada nem aponte o dedo. Geração após geração.